Chega a dar pavor em exercer meu direito ao voto nas
próximas eleições para o Governo do Rio de janeiro em 2014. Ao analisar a lista
podemos observar uma lista de candidatos já famosos na cidade e que levanta uma
questão. Estaria a política carioca morta?
Vamos primeiro a lista de Pré candidatos.
Anthony Garotinho (PR): Governador do Rio de Janeiro em 1998
tendo derrotado o então hoje governador Sérgio Cabral Filho, em seu mandatado fora
inaugurado a estação Siqueira Campos do Metro do Rio de Janeiro, governo
marcado também por fortes questões populistas, como a criação do Restaurante
Popular.
César Maia (democratas): Prefeito do Rio de Janeiro em 3
oportunidades, 1994, 2002 e 2006, César Maia é sem dúvidas o candidato com mais
experiência entre os concorrentes, isso não faz dele o mais preparado ou o
melhor candidato. Essa permanência na prefeitura da cidade pesa contra o
candidato que carrega consigo o desgaste natural do cargo, fora uma série de
suspeitas de irregularidades.
Cesar Maia se destacou no primeiro mandato ao iniciar uma
série de obras de melhorias de infraestrutura na cidade carioca, com isso
lançou os projetos Rio-Cidade e Favela Bairro, projetos esse que destacamos a
construção da Linha Amarela (importante via expressa do Rio de Janeiro). Porém
após considerado um bom primeiro mandato os mandatos seguintes foram marcados
por diversas obras acusadas de superfaturamento.
Marcelo Crivella (PRB): O ministro da Pesca e senador tentou
algumas diversas vezes o governo do Estado sem obter a vitória em todas as
tentativas, Crivella carrega consigo o apoio da Igreja Universal e da Emissora
de TV Rede Record. Seu maior feito político talvez seja o Projeto Nordeste,
movimento que tinha a finalidade de tornar produtivas terras que estavam
abandonadas pelo governo federal, na cidade baiana de Irecê. O
projeto tornou viável na região o desenvolvimento agrícola e pecuário, a partir
de modelos de irrigação que Crivella observou em várias viagens a Israel.
Jandira Feghali (PC do B): Candidata à prefeitura da Cidade
em duas oportunidades (2004 -2008) Jandira mais uma vez não demonstra muita
força para assumir o comando da cidade nos próximos 4 anos, como deputada
federal Jandira foi bastante ativa, talvez muito mais que os seus concorrentes
ao governo do Estado esse ano. Como destaque aos seus projetos podemos destacar
a lei Maria da Penha cujo redação final é fruto do parecer de Jandira, podemos
destacar também a sua participação na CPI da Previdência Social. Mesmo diante
de muitos feitos como Deputada Jandira não é umas das candidatas com mais
intenções de voto do eleitorado.
Lindbergh Farias (PT): A candidatura de Lindbergh já de cara
marca o retorno do PT na política carioca, cortando uma relação de apoio
tradicional no Rio de Janeiro com o PMDB, Lindbergh é junto com Anthony
Garotinho os candidatos com maiores índices de intenção de voto. Lindbergh se
destaca pelo grande histórico político quando ainda era filiado primeiro ao PC
do B e depois ao PSTU, esse segundo o impediu duas vezes de assumir o posto
(reeleito) como deputado federal e posteriormente como vereador, ambos pelo
mesmo motivo que fora o coeficiente eleitoral que seu partido não atingiu.
Lindbergh então filia-se ao PT para apoiar a campanha de
Luís Inácio Lula da Silva em 2002, ele Lindbergh como muito crítico ao governo
FHC onde liderou as lutas contra a privatização da Vale da Telebrás, com sua
visão de extrema esquerda, Lindbergh foi eleito prefeito da cidade de Nova
Iguaçu em duas oportunidades em 2004 e reeleito em 2006 e ainda se viu
frustrado pela aliança do PT com o PDMB que apoiou a candidatura de Cabral ao
governo do Estado em 2010, impedindo assim a presença de Lindbergh na campanha.
Como prefeito da Cidade de Nova Iguaçu, umas das mais
importantes cidades da Baixada Fluminense, Lindbergh tem como destaque no
primeiro mandado a criação do programa Bairro Escola (educação era sua
bandeira), programa esse que recebeu o prêmio Caixa Melhores Práticas em Gestão
Local.
Bairro Escola: O projeto, iniciado em 1997, no bairro da
Vila Madalena em São Paulo, tem o desafio de transformar a comunidade em um
ambiente de aprendizagem que amplie os limites das salas de aula. Assim, a
educação se transforma numa responsabilidade coletiva, com a articulação
permanente entre professores, gestores e parcerias públicas e privadas, além da
família. Busca-se, com isso, criar uma rede interdisciplinar capaz de utilizar
todas as oportunidades do dia-a-dia para a realização de uma educação integral.
Objetivos
• Identificar o ambiente local como espaço para a educação
não-formal
• Construir alianças entre diferentes atores, incluindo as
três esferas de governo, o empresariado, as organizações sociais, as
universidades e, principalmente, as crianças e jovens, agentes e beneficiários
dessas mudanças
• Atingir as escolas para aprender e desenvolver inovações pedagógicas,
junto com os professores
• Enfatizar o papel da educação na formação de indivíduos
autônomos e solidários, dentro e fora da escola
• Sensibilizar as lideranças comunitárias e desenvolver
entre elas um olhar educativo que seja capaz de atender às demandas do
aprendizado permanente.
Como os demais candidatos Lindbergh também sofre diversas
acusações, dentre elas a suspeita de superfaturamentos em licitações e a
criação do “mensalinho” na câmara de Nova Iguaçu. Lindbergh por sua vez é único
que representa uma renovação da política carioca, sendo ele cara nova como
candidato ao governo do Estado.
Luis Fernando Pezão (PMDB): Candidato tido como favorito até
as manifestações na cidade em junho desse ano, Pezão representa a continuação
do governo ditado por Sérgio Cabral nos últimos oito anos, Vice governador do
Estado, Pezão em tese representa também uma novidade entre os pré candidatos
anunciados, porém está longe de ser uma grande euforia entre o eleitorado, onde
a imagem do PMDB está completamente arranhada. Sua história política começou
como vereador em 1980. Além disso Pezão foi prefeito de Piraí em duas
oportunidades 1996 -2000 e 2001 – 2004, Curiosamente Piraí passou por um grande
desenvolvimento nesse período e sendo referência de gestão pública no período.
Em 2006 Pezão se tornou vice governador da cidade do Rio de
Janeiro e foi secretário de obras, responsável pelas obras do PAC e a
construção do Arco metropolitano projeto muito ambicioso mas infelizmente
abandonado e passados cinco anos nenhum trecho ainda fora inaugurado. Pezão é
ainda acusado de superfaturamento na compra de Ambulâncias que causou um
extremo mal estar na opinião pública na época e esquecido desde então.
Miro Teixeira (PROS): O eterno deputado Federal Miro
Teixeira está de volta à cena, deputado federal desde a década de 70 candidato
pelo MDB pelo antigo Estado da Guanabara, Miro Teixeira é sem dúvidas o
candidato com maior tempo na vida política, mas é também o mesmo com
pouquíssimos feitos a serem destacados, candidato à prefeitura em 1996 passou
longe encerrando a campanha na 4º colocação. Talvez a sua carreira política
chegou ao ápice quando o mesmo assumiu o ministério da comunicação em 2003,
fruto da aliança do PDT com o PT, aliança essa rompida um ano depois e que
culminou na retirada de Miro do cargo.
Sua ideologia política é um tanto confusa, de uma ideologia
de centro direita apoiado por Tancredo Neves, Miro passou a apoiar Leonel
Brizola seu antigo opositor e filiou-se ao PDT, passando assim a defender
partidos de esquerda. Miro confirmando a candidatura aparenta não ter a menor
chance de vencer as eleições no final de 2014.
Retomando a pergunta no início do Post nos
questionamos sobre a política carioca, estaria ela condenada ao pragmatismo? E o
mais curioso e interessante pesquisar, se esse movimento de pouca renovação
acontece também em outros estados e também em esfera nacional.